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Tesouro medieval é descoberto

Tesouro medieval é descoberto

Um Tesouro com 364 moedas de ouro e prata, datadas do século 15.

Recentemente, uma descoberta arqueológica significativa foi anunciada nas ruínas de uma sinagoga medieval situada na cidade de Huqoq, em Israel, nas proximidades do Mar da Galileia. Um tesouro, composto por 364
moedas de ouro e prata datadas do século XV, foi encontrado em dois jarros enterrados sob uma parede em colapso do antigo edifício religioso. No entanto, a origem do tesouro as razões pelas quais ele foi ali depositado permanecem envoltas em mistério.
 

Entre as hipóteses apresentadas pelos pesquisadores, uma das possibilidades é que o tesouro tenha sido deixado como uma doação para a sinagoga, possivelmente destinada reparos. Outra teoria sugere que as moedas foram depositadas por um comerciante viajante que, por algum motivo, não retornou para recuperá-las. Além disso, considera-se a possibilidade de que o tesouro tenha sido ocultado por peregrinos em sua jornada em direção ao túmulo de Habacuque, profeta bíblico cuja sepultura localiza-se nas proximidades.

maior parte das moedas possui origem veneziana ou do sultanato Mamluk, que exerceu domínio sobre a região durante o período medieval. As moedas venezianas, datadas entre 1329 e 1457, apresentam representações de São Marcos Evangelista e inscrições em latim, as quais refletem a confiança de Veneza em Cristo. No auge do comércio medieval, estas moedas eram amplamente aceitas no mundo islâmico, em especial no Egito e na Síria, onde se tornaram a única moeda de ouro europeia em circulação.

Além das moedas venezianas, o tesouro inclui moedas do Império Mamluk, cunhadas durante o reinado do sultão al-Ashraf Barsbay (14221438), bem como algumas moedas raras provenientes de outras regiões da Europa, incluindo uma emitida na Sicília durante o reinado de Jaime I, além de uma proveniente da Sérvia.

Moeda veneziana apresenta imagens de São Marcos Evangelista — Foto: Tal Rogovski
Esse tesouro foi descoberto durante verão de 2018; no entanto, os detalhes a respeito dele foram divulgados apenas recentemente, após investigações minuciosas sobre o contexto histórico e arqueológico da localização. A divulgação tardia deve-se, igualmente, à preocupação em prevenir saques, conforme explica Jodi Magness, professora de estudos religiosos na Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill líder da equipe de escavação, embora não tenha sido a autora do novo estudo, em entrevista concedida ao Live Science.
 
O estudo minucioso do tesouro foi realizado por Robert Kool, curador do Departamento de Moedas da Autoridade de Antiguidades de Israel, e foi publicado no mês de janeiro na revista American Journal of Numismatics. Esta descoberta não apenas elucida aspectos da história econômica da região, mas também evidencia a complexa rede de intercâmbio cultural e comercial no Mediterrâneo Oriental durante a Idade Média.
 

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